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Especial Semana Farroupilha - Lendas Gaúchas - Casa de M'Bororé

Prosseguindo com os posts sobre as lendas gaúchas em parceria com o Marco Baptista, hoje temos mais uma lenda aqui da região das Missões: A casa de M'Bororé.


A casa de M'Bororé

Na época dos Sete Povos das Missões, muitos índios viviam por ali, pacificamente, dividindo seus dias com os padres jesuítas. Entre estes índios havia um, já de idade avançada, e especialmente fiel aos jesuítas: M'Bororé. Ele atendia a qualquer pedido doa padres, por confiar demasiado neles. 

Infelizmente, a paz das reduções foi destruída pela chegada violenta dos portugueses e espanhóis, que espalharam morte e terror por todo o território dos Sete Povos. No meio dessa guerra descabida, os padres precisaram fugir, carregando em carretas os poucos bens que conseguiram. O que não coube nas carretas (ouro, prata, jóias, etc), ajuntaram num grande amontoado, e ao redor destes tesouros construíram uma casa branca, sem portas ou janelas. O velho M'Bororé, fiel como de costume, foi encarregado de guardar a casa, para evitar que os invasores saqueassem os preciosos tesouros dos padres jesuítas. Recebera ordens de que só deveria entregar tais tesouros aos padres, quando estes retornassem às Missões. E lá M'Bororé permaneceu, sempre à postos. 

Acontece que os jesuítas jamais voltaram. E o velho M'Bororé acabou morrendo lá mesmo. O mato foi tomando conta de tudo, as construções ruindo e desabando, destruindo-se pelo passar impiedoso do tempo. 

Mas reza a lenda que a casa de M'Bororé continua lá, branca como a neve, em perfeito estado, e protegida pela alma do índio fiel, que aguarda o retorno dos padres até hoje. Diz-se que às vezes algum homem de passagem por aquelas bandas dá de cara com a casinha, assim de repente. E então, sabendo da lenda, se dá conta dos tesouros ali contidos. E, como costuma-se fazer, marca o caminho para que possa retornar com reforços para destruir a casinha branca e buscar todo o tesouro. Pode guardar o lugar das árvores, a posição do sol, tudo. Mas quando retorna, não encontra nada.É M'Bororé cumprindo sua sina. 


Esta lenda faz parte do folclore gaúcho, reescrita por Denise Baptista. Aquarela de Marco Baptista. Esta série de posts é uma parceria entre os blogs Pensando a Educação e Marco Baptista Multimídias

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