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O ser professor


Você já parou para pensar sobre que motivos o levaram a escolher a profissão de educador? Que referenciais te trouxeram até aqui, qual a caminhada o processo que te manteve nisto? Então, agora, pare e pense.

Escuta-se falar muito, aqui e acolá, sobre a "vocação", sobre o "dom" de ser professor. Fala-se muito mais nas habilidades inatas que uma pessoa precisa ter para assumir tal cargo que nas competências que precisa desenvolver no decorrer de sua profissão. É quase algo mágico, como se uma fadinha houvesse nos abençoado com sua varinha de condão, quando de nosso nascimento, com esta habilidade. Mas a pergunta que fica é: me torno professor ao nascer, ou me construo como tal no decorrer desta jornada?

Paulo Freire nos diz sabiamente:

“Ninguém começa a ser professor numa certa terça-feira às 4 horas da tarde... Ninguém nasce professor ou marcado para ser professor. A gente se forma como educador permanentemente na prática e na reflexão sobre a prática”.

Este conceito de professor como "mago", marcado para tal, muitas vezes acaba por acomodar aqueles que acreditam terem esta profissão como algo inato. Pois quando SOU, não necessito da busca, do aperfeiçoamento, pois isto é parte de mim mesmo. No entanto, quando ESTAMOS, para continuar neste caminho, precisamos fazer escolhas, mudar as rotas, reciclar conceitos e atitudes se quisermos permanecer nele. SER é algo inato, imutável. ESTAR exige esforço, pois se estamos hoje, poderemos não estar amanhã.

Acredito que já passou do tempo de pararmos de nos enxergar como magos do saber, possuidores de todo o conhecimento. Precisamos percebermo-nos como profissionais da educação, em um mundo em constante mutação, que exige de nós reflexão constante e busca permanente por aperfeiçoamento. Quando deixamos o emocional à parte, passamos a entender a profissão como algo prático e em constante movimento e é esta visão que nos impulsiona, nos movimenta, nos faz ir atrás de aperfeiçoamento de nossas práticas e nos torna melhores do que somos, a cada dia. 

"Ninguém começa a ser professor numa certa terça-feira às 4 horas da tarde..." Aprendemos na prática, no cotidiano, no terreno da sala de aula, no fogo da batalha. É a prática, embasada pela teoria, que nos impulsiona à frente e nos forma o fazer pedagógico. São os alunos que nos formam professores, suas particularidades, seus saberes, seus encantamentos. Mas, acima de tudo, um olhar atento, investigativo, ávido de saber, é o que nos mostra o caminho a seguir. 

Sejamos nós o profissional de educação que idealizamos. 

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