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Especial Semana Farroupilha - Lendas Gaúchas - A Teiniaguá / Salamanca do Jarau

Finalizando a série de lendas gaúchas em parceria com o artista plástico Marco Baptista, hoje teremos a lenda da Teiniaguá, também conhecida como Salamanca do Jarau, personagem típica do folclore gaúcho e interpretada pela atriz Juliana Paes na minissérie "A casa das Sete Mulheres".


A Teiniaguá

Há muitos tempo atrás, quando a Espanha árabe veio ao chão, o país tornou-se um inferno. Pobreza, morte, restos de uma luta destruidora. Como àquela época era comum que fosse morta toda a "realeza" do país tomado, os poucos que restaram procuravam esconder-se da maneira que podiam. Havia entre os mouros uma princesa belíssima, conhecida por ser uma das mais belas mulheres existentes. Sua família temia que fosse capturada e morta, ou pior, que fosse dada em casamento a algum dos invasores, ou mesmo violentada. Em meio a esse desespero, encontraram uma velha senhora que dominava diversos encantamentos, e com sua mágica fez com que a bela princesa moura se transfigurasse numa velhinha, para que não viesse a ser reconhecida. Fugiram daquele inferno muitos mouros, e com eles a sua princesa transfigurada. 

Um grande grupo deles veio se estabelecer na região sul do Brasil. Logo de chegada, deram de cara com o Anhangá-Pitã, demônio dos nativos. Amedrontados, contaram-lhe a história da pobre princesa e o diabo decidiu ajudá-los. Ele então transformou a mulher em uma salamandra que tinha a cabeça como uma pedra brilhante, ou "Teiniaguá", e ela viveria numa lagoa no Cerro do Jarau. E para lá ela foi. 

Atrás da aldeia havia uma Igreja. Em um dia qualquer um sacristão, foi refrescar-se no rio. De repente a água começou a ferver e surgiu a Teiniaguá. Ele já conhecia a história e sabia que ela era uma princesa moura virgem que, se fosse conquistada, traria ao seu conquistador muita felicidade. 

Ele então colocou-a em uma guampa e levou-a até seus aposentos. Lá, ele abriu a guampa e ela se transfigurou em princesa, belíssima como era. Então ela lhe pediu vinho, e ele foi roubar do vinho do padre para lhe dar. E todas as noites acontecia o mesmo: ele abria a guampa, ela se tornava em princesa, pedia vinho, ele roubava o vinho do padre e lhe dava. Os padres, desconfiados, decidiram pegá-lo de surpresa e invadiram seu quarto, pegando-os no flagra. A princesa, assustada, tornou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio Uruguai. O sacristão acabou preso e sendo condenado à morte, por ter se envolvido com um ser demoníaco. 

A Teiniaguá ficou sabendo da execução e, com o coração apertado, utilizando-se de magia, foi até a aldeia e salvou seu amado. No entanto, os dois ficaram presos a um encantamento, e só poderiam ser libertos de sua prisão encantada, no cerro do Jarau, quando uma pessoa de de puro coração conseguisse cumprir todas as provas de coragem. Quando cumprisse as provas, ele teria direito a um desejo, mas precisaria desistir desse desejo para que o encantamento se quebrasse. 

Muitos tentaram cumprir as provas, mas ninguém era bom ou forte o suficiente. Duzentos anos se passaram sem que ninguém quebrasse o encanto. 

Mas certo dia, enquanto campeava o gado, um gaúcho de coração puro e valente chegou à gruta do Jarau. Ele conhecia a história do encantamento, que era contada pela sua avó charrua desde que era pequeno. Encontrou o sacristão, lhe saudou e perguntou sobre as tais provas. Tendo conhecimento delas, cumpriu-as todas. Então, foi enviado à presença da Teiniaguá, que lhe concederia um desejo. No entanto, o gaúcho nada desejava. 

Ao montar em seu cavalo, o sacristão ofereceu-lhe uma moeda de ouro como lembrança por sua passagem por ali. Ele pegou-a, pois não desejava fazer desfeita. O tempo se passou e o gaúcho sequer se lembrava mais da moeda.

Um certo dia um amigo seu anunciou que queria desfazer-se de sua boiada. O gaúcho então viu nisso a oportunidade para comprar ao menos alguns bois. Lembrou-se da moeda e decidiu trocá-la por alguns bpis. Não poderiam ser muitos, mas pelo menos garantiria alguma coisa com a moeda. Acontece que, quando foi sacar a moeda da guaiaca, não pararam mais de sair moedas e ele acabou comprando a boiada inteira!

A notícia correu e as pessoas começaram a desconfiar dele, pois era muito pobre e jamais teria condições de fazer a compra que fez. Desconfiavam todos de um pacto com o diabo e afastavam-se dele. Solitário e tristonho, o homem decidiu devolver a moeda maldita lá no Jarau, pois queria ver-se livre daquilo. 

Ao devolver a moeda, ele estava desistindo do dom que recebera, e o encantamento foi quebrado. O sacristão e a Teiniaguá foram transformados em dois belos jovens e sua prole trouxe descendência indígena-ibérica ao Rio Grande do Sul. 

Esta lenda faz parte do folclore gaúcho, reescrita por Denise Baptista. Aquarela de Marco Baptista. Esta série de posts é uma parceria entre os blogs Pensando a Educação e Marco Baptista Multimídias

Especial Semana Farroupilha - Lendas Gaúchas - A Lenda da erva-mate

Prosseguindo com a série de lendas gaúchas em parceria com o artista plástico Marco Baptista, hoje teremos a lenda da erva-mate, segundo a ótica guarani.


A Lenda da erva-mate 

Nos tempos de antigamente, houve uma grande guerra e a tribo de Itabaetê preparava-se. Então a tribo inteira entoou seus mais belos cânticos de guerra, e saiu em marcha rumo ao grande acampamento. O furor da luta lhes enchia o coração enquanto partiam em sua jornada. No entanto, havia um velho, que os anos haviam judiado e não tinha mais força para lutar por sua tribo. 

E o pobre velho ficava pelos cantos chorando, extremamente entristecido por não pode acompanhá-los em batalha. Mesmo muito tempo depois de a tribo ter partido o velho continuava parado como uma estátua, mudo, envolvido em mil recordações de guerras já idas, quando ainda tinha força e vigor e era um dos mais fortes guerreiros. Agora já velho e fraco se sentia condenado à inutilidade. 

Apenas as lembranças lhe mantinham em pé, e o amor por sua filha Yarí, a mais bela e jovem de suas filhas, que preferia ficar junto ao seu velho pai em seus últimos dias do que casar-se com algum índio. 

Um dia chegou até o rancho um viajante estranho, com roupas coloridas, e belíssimos olhos azuis. Observando o viajante, percebeu que este vinha de terras longínquas, muito além do rio. Abriu a porteira de seu rancho ao viajante, dando-lhe pousada. Yarí, hospitaleira, foi buscar os mais lindos e saborosos frutos da floresta, e o mel mais doce das abelhas da região. E o velho animava-se por ter a quem recontar suas histórias de guerras e andanças. Ele e Yarí procuraram fazer o viajante feliz enquanto estivesse em suas terras. 

A noite chegou, e prepararam uma rede para o jovem. E em seus sonhos Yarí entoava lindas canções guaranis. E quando o sol nasceu, o velho foi encontrá-lo antes que seguisse viagem. E o viajante lhe disse:

- Tua generosidade é qual as fontes de águas cristalinas... Tua hospitalidade é tal qual a planície charrua, em tua filha se esconde a pureza dos olhos d'água e a alegria das madrugadas. Tanta bondade e virtude será recompensada. Sou viajante vindo das terras de Tupá, o Deus do Bem. Peça então, meu velho, o que quiseres que te darei!

- Mas senhor, nada mereço! Mas se a bondade de Tupá me quer conceder alguma bênção, eu pediria que me desse um tanto mais de consolo em meus últimos dias. Antigamente eu costumava guiar pelos caminhos da guerra, uma incontável quantidade de guerreiros. E hoje, veja, tenho somente minha filha para me alegrar em meus últimos dias. Bem queria eu ter um último amigo fiel, para que Yarí pudesse seguir nossa tribo e encontrar algum jovem índio que mereça seu amor. Então, é isso que peço: um amigo fiel, que me acompanhe nos últimos dias. 

E o viajante, vindo de Tupá, sorriu e lhe mostrou, em suas mãos, uma planta cheia de folhagem verde e cheirosa, com um perfume que parecia ser do próprio Tupá. E então disse:

- Permita a esta planta crescer, e beba de suas folhas. A bebida que terás será o companheiro fiel que pedes. Esta erva traz consigo a graça do próprio Tupá, e se estenderá pelas matas, e confortará não somente a ti, mas a toda a tribo. E tu, Yarí, serás a protetora das florestas que surgirão de tal erva. Os guerreiros sentirão como se fosse teu próprio carinho através desta bebida, e o cansaço será mais ameno, e os dias mais felizes. 

E já indo embora, o viajante repetiu:

- Eis que terás um fiel companheiro, meu velho. E esta protegerá tua raça, Caá-Yarí.

E foi desde tal dia que Caá-Yarí se tornou a senhora dos ervais e a deusa dos ervateiros. E a bebida feita de suas folhas traz alento ao coração, e na roda de chimarrão todo cansaço se finda, dando lugar à animação da prosa entre amigos. 



Esta lenda faz parte do folclore gaúcho, reescrita por Denise Baptista. Aquarela de Marco Baptista. Esta série de posts é uma parceria entre os blogs Pensando a Educação e Marco Baptista Multimídias

Especial Semana Farroupilha - Lendas Gaúchas - O Negrinho do Pastoreio

Mais uma lenda gaúcha representada no blog, numa parceria linda com o artista plástico Marco Baptista. Hoje contaremos a lenda do Negrinho do Pastoreio.


O Negrinho do Pastoreio

Conta-se que há muito tempo atrás, na época em que as fazendas não tinham cercas e o gado e cavalos eram repontados pelos peões e cães ovelheiros coxilha afora, havia um rico fazendeiro, que tinha o melhor de tudo: a melhor fazenda, o melhor gado, os melhores cavalos e os melhores escravos. Ele tinha tanto ouro e prataria que ninguém podia contar. No entanto, era duro, sovina e mau, um homem horrível. 

Não dava pouco a ninguém, não ajudava uma viva alma que fosse, não emprestava nada, nem no inverno ela deixava que o fogo juntasse brasas. Até das sombras de suas árvores ele tinha ciúmes e ninguém podia repousar nelas. Muito menos banhar-se nas águas de seus rios!

Mas também, quando havia algum serviço na sua estância, ninguém se oferecia pra ajudar, nem mesmo pra buscar por lá algum serviço. Nem nos botecos as pessoas conversavam com ele, e não lhe convidavam pra churrasco algum, pois os poucos churrascos que ofereceu tinham uma carne muito ruim, e em pouca quantidade que mal tapou o bucho de quem aceitou o convite. E ainda ofereceu o churrasco com tanto resmungo que parecia que a carne servida era a sua própria.

Só haviam 3 criaturas no mundo para quem ele dava alguma atenção. Uma delas era seu filho, um piazito pequeno. Outro era seu cavalo baio, campeão e forte. E um escravo, de una 14 anos, muito pretinho e pequeno, a quem chamavam apenas de Negrinho. Este pobre piá não recebeu sequer um nome quando nasceu, nem tinha padrinho algum. Então, para consolar-se, o pobre guri dizia-se afilhado de Nossa Senhora. 

Toda madrugada o Negrinho acordava cedo, conduzia o baio até os campos, cevava o mate, e à tarde sofria as judiações do filho do estancieiro, que só o sabia maltratar e caçoar. 

Um dia, depois de se negar diversas vezes, o estancieiro decidiu aceitar o desafio de um vizinho seu e pôr seu baio correr contra o cavalo deste. Este, o vizinho, queria que no caso de vitória, o dinheiro apostado fosse para os pobres. O fazendeiro negou-se, queria que o campeão é que ficasse com o dinheiro! E então, combinaram a aposta: a corrida seria de 30 quadras, e a aposta, mil onças de ouro. 

No dia tratado, o lugar onde se daria a carreira juntou mais gente que quermesse de cidade grande. Havia curiosos para tudo quando era lado. E ninguém sabia direito para quem torcer, pois ambos os cavalos eram fortes, bonitos e rápidos. O baio, cavalo do estancieiro, tinha fama de correr tão rápido, mas tão rápido, que o vento lhe assoviava nas crinas e os cascos mal tocavam o chão. O mouro, cavalo do vizinho, era tão resistente que quanto mais quadras houvesse, mais ele correria. 

Fizeram as apostas. Quem iria na garupa do baio seria o Negrinho. Tendo rezado a Nossa Senhora, o pretinho aprontou-se, nervoso. Dada a largada, a correria foi uma loucura. Cada cavalo corria tanto que não se sabia quem iria ganhar. Mas a um passo a chegada, o baio escaramuçou, deu um pinote e foi o tempo necessário para o mouro ultrapassar a linha. Revoltado, o estancieiro dizia ter sido roubado. Mas não havia o que fazer e pagou a aposta. O Negrinho só sabia tremer como vara verde. 

No caminho todo de volta, o estancieiro veio calado. E o Negrinho veio rezando pela piedade de Nossa Senhora. Chegando na fazenda, a primeira coisa que o fazendeiro fez foi mandar amarrar o Negrinho pelas mãos num tronco, e dar-lhe uma surra de relho. Depois, levou-o ao campo e disse-lhe:

- 30 quadras tu perdeste na cancheira. Agora ficarás 30 dias pastoreando a minha tropilha de trinta tordilhos negros! O baio fica amarrado e tu será a estaca onde ele será preso!

E passou o dia, e veio o sol, e choveu e a noite chegou. O Negrinho, varado de fome e tremendo de medo, já se sentia sem forças para segurar o baio. Amarrou então a corda ao tornozelo, escorou-se num cupim e dormiu, rezando a Nossa Senhora. 

E a noite foi passando, e o Negrinho adormeceu profundo, sonhando com sua madrinha. E os guaxinins, malditos, roeram silenciosamente a corda que nele prendia o baio. E o baio, sentindo-se livre, galopeou coxilha afora e todos os tordilhos com ele. Acordando de susto, o Negrinho quase desmaiou quando percebeu o que acontecera. Perdera o pastoreio! Era agora que o estancieiro o mataria.

Não bastasse isso, o filho maleva do homem apareceu e viu o que ocorrera, correndo ao pai contar a desgraça. E o homem veio até o Negrinho bufando e mandou amarrar-lhe e dar-lhe outra surra de relho. Então, mandou-lhe assim mesmo, machucado e rengueando, buscar o pastoreio pelos campos. 

E o Negrinho foi até o altar de Nossa Senhora, tomou uma vela e levou-a consigo. E andou, andou, andou. E a vela benta ia pingando cera no chão. E a cada pingo, um ponto de luz nascia e logo tudo estava iluminado. Então, ele avistou o pastoreio e o trouxe de volta. 

Satisfeito o homem acalmou-se, mas não esqueceu do castigo! Pôs novamente o Negrinho no campo, servindo de de estaca para o baio. 

Porém, ao cair da noite, vendo o Negrinho dormindo um sono profundo, o filho do fazendeiro, ruim como o diabo, soltou as cordas e tocou o pastoreio. E quando o Negrinho acordou, viu o que havia acontecido, e desesperou-se. E o filho do estancieiro foi avisá-lo da nova desgraça.

E dessa vez o homem ficou bravo como o cão, e mandou amarrar o Negrinho e surrar-lhe de relho até que não gemesse mais. E surrou-lhe até que suas carnes ficassem cortadas e o sangue sujasse toda a poeira do chão. E o Negrinho chamou por Nossa Senhora, deu um suspiro profundo e parece que morreu. 

O estancieiro não queria sequer gastar uma enxada para enterrar o pobre pretinho. Soltou o corpo em cima de um formigueiro para que as formigas o comessem todo. E logo o corpo dele estava tomado dos pequenos animaizinhos que já faziam sua sina. 

E o estancieiro dormiu, e sonhou que ele era ele mesmo mil vezes, e tinha mil baios e mil negrinhos, e mil vezes mil onças de ouro. E a noite passou e houve três dias de cerração fechada. E o estancieiro sonhou o mesmo sonho por todos aqueles dias. 

Então o homem decidiu ir ao formigueiro ver o que restava do corpo do pretinho. E qual não foi sua surpresa ao ver, de pé ao lado do formigueiro, o Negrinho, são, sem uma única marca no corpo, rindo ao lado de Nossa Senhora, sacudindo as formigas que ainda o cobriam! O Negrinho em pé, ao lado do cavalo baio e de Nossa Senhora, tranquila e serena, com os pés na Terra, mas mostrando-se ainda fazer parte do Céu. 

E o homem pôs-se de joelhos, apavorado. E o Negrinho estalou o beiço e saiu tropeando o pastoreio. 

Então começaram murmúrios, de milagres novos, contados por muitos, que diziam ter visto um pastoreio de tordilhos negros cavalgando pelos campos, com um baio à sua frente montado por um pretinho em pêlo, que os levava alegremente. E muitos rezaram pela alma do Negrinho. 

E dizem que desde então, sempre que se perde alguma coisa, basta a pessoa acender uma vela a Nossa Senhora, que o Negrinho campeia e acha. Mas precisa acender uma vela pra ele. 

E dizem que todos os anos, durante três dias, o Negrinho desaparece. É que está visitando os formigueiros. E a tropilha anda solta, um tordilho aqui, outro acolá. E ao fim do terceiro dia, ouve-se um relincho de baio e a tropilha corre a ajuntar-se. É quando ocorrem as disparadas das cavalhadas assim, do nada, porque ninguém encontra motivo para tal. E o Negrinho, risonho, monta seu baio e sai em busca do que lhe pediram. 

Esta lenda faz parte do folclore gaúcho, reescrita por Denise Baptista. Aquarela de Marco Baptista. Esta série de posts é uma parceria entre os blogs Pensando a Educação e Marco Baptista Multimídias

Especial Semana Farroupilha - Lendas Gaúchas - M'Boitatá

Dando continuidade à parceria com o artista visual Marco Baptista, hoje trouxemos a lenda do M'Boitatá, já conhecida em vários cantos do país. 


A M'Boitatá

Num tempo muito antigo, reza a lenda que houve uma noite tão comprida que as pessoas achavam que jamais veriam a luz do dia novamente. Uma escuridão medonha, a lua escondida, os ventos desaparecidos, tudo no mais absoluto silêncio, nada, nada. 

Com isso tudo, os homens passaram a andar cabisbaixos, numa tristeza de dar dó. Como não havia como sair à caça, não havia churrasco, e sem churrasco ninguém se animava sequer a acender uma fogueira. Passavam comendo qualquer coisa que não desse muito trabalho no preparo. Sem saber quando amanheceria, precisavam também poupar as brasas do forno, e a escuridão só parecia aumentar. 

As pessoas estavam tão cansadas da noite que seus olhares ficavam parados por horas a fio, observando as pequenas faíscas de um ou outro fogo que ainda se aventurava aceso. 

Todos ainda lembravam-se da última tarde de sol, quando este já estava lá pelo poente, e desabou uma chuvarada medonha que caiu durante muito tempo e alagou tudo ao redor. Os rios transbordaram e a água inundou banhados, afogou as canhadas e entrou em tudo quanto é toca de bicho. Inclusive na toca da M'Boi Guaçu. 

A bicharada se juntou em pequenas ilhas que se formaram dos morros mais altos. A M'Boi Guaçu acabou saindo de sua toca, espantada pela aguaceira. Ela dormia há meses, e agora acordara faminta! Encontrou os bichos apinhados nos morros e começou a mortandade. Mas a cobra grande só comia os olhos dos animais e deixava o corpo para ser comido pelos abutres. Conforme a água foi baixando, a carniça foi engrossando, e o fedor tomou conta de tudo. E a M'Boi Guaçu comia mais e mais olhos dos animais enfraquecidos por dias e dias sem comida. 

Dizem as lendas que o homem guarda em si restos daquilo que come. E assim foi com a M'Boi Guaçu: tantos olhos comeu, e tão brilhosos eram, que seu brilho fazia com que a pele da cobra ficasse transparente e brilhasse muito! E como continuava a comilança, logo parecia um farol no meio da escuridão, de tanto que brilhava! 

E foi por isso que quando os homens avistaram a M'Boi Guaçu, não a reconheceram mais. Acreditando se tratar de outro ser, passaram a lhe chamar de M'Boitatá, que em tupi significa algo como "cobra de fogo" ou "coisa de fogo".  

Acontece que os olhos encheram a barriga da M'Boitatá, mas não a nutriam, pois que nutrição poderia dar a luz daqueles olhos? E a cobra sentiu que iria morrer, e escondeu-se no meio das carniças. E dizem que quando ela morreu e explodiu, e todos aqueles olhos explodiram junto com ela é que o dia tornou a amanhecer. Mas não de supetão. Foi amanhecendo, devagarote, as estrelas dando o ar da graça, a lua espiando ao longe, e foi tudo ficando mais claro, e mais claro, e mais claro, até que tudo voltou ao normal. 

E o espírito da M'Boitatá foi fadado a correr pelo mundo nas noites de verão, correndo pelo campo, pelas coxilhas, pelas lombadas, até altas horas da noite. Dizem que é um fogo amarelo, azulado, que não queima o pasto, e não se apaga na água. Ela se tornou então a protetora das florestas e inferniza a vida de quem quer que tente destruir suas matas e florestas protegidas. No mato, ela fica rolando para lá e pra cá numa dança louca que ninguém entende ou controla. a luz aparece, e pula, e corcoveia e então desaparece.... para aparecer onde ninguém imaginava antes!

Dizem que quem encontrar a M'Boitatá pode até ficar cego. E que, se encontrar com a cobra, só tem dois jeitos de se safar: ou fica parado como uma estátua, de olhos bem apertados, sem respirar, ou monta num cavalo, desenrodilha o laço em uma grande armada e atira em cima da M'Boitatá, puxando o laço de volta até a ilhapa. 

Esta lenda faz parte do folclore gaúcho, reescrita por Denise Baptista. Aquarela de Marco Baptista. Esta série de posts é uma parceria entre os blogs Pensando a Educação e Marco Baptista Multimídias

Especial Semana Farroupilha - Lendas Gaúchas - Angoera

Seguindo com as postagens em parceria com o artista plástico Marco Baptista, hoje contarei a lenda do Angoera! Vamos lá!


Angoera, Angüera. Espírito amistoso que habita os pampas gaúchos.

Há muito e muito tempo atrás havia um índio guarani, forte, valente, corajoso. Ele se chamava Angoera. Mas, apesar de toda sua força e valentia, era tristonho, sempre sério e calado. Quando os padres missioneiros vieram das bandas do rio Uruguai, foi ele quem os guiou pelo caminho. Mostrou a eles os melhores lugares e ajudou-os na construção de todas as igrejas dos Sete Povos das Missões. Por ser sempre tão bem disposto a ajudar, foi batizado pelos jesuítas com o nome de Generoso. Aceitando a fé cristã, batizou-se. Depois de ter sido batizado, mudou totalmente seu jeito de ser. Antes tristonho, agora era alegre. De sério passou a brincalhão, e de calado passou a ser falante e doido por música e dança.

Então, certa feita, sentindo-se no fim da vida, chamou um padre, confessou-se e morreu. No entanto seu cadáver mantinha a fisionomia alegre que tinha quando vivo. Por ser tão querido, sua morte foi muito sentida e os índios choraram por dias e dias. Por alguma razão que não se sabe explicar, acabou tornando-se um fantasma. Leve espírito, sua alma vaga pelo mundo, divertindo-se com brincadeiras como fazer estalar o forro dos tetos ou as tábuas dos assoalhos; fazer vibrar do nada as cordas dos violões; tremer a chama das velas e assoviar pelas frestas de janelas e portas.

Dizem sua presença pode ser sentida nos bailes, em forma de um sapateado ao ritmo do violão. Não é possível vê-lo, mas ouvem-se seus passos. Em outros momentos, os cantores ouvem um sussurro baixinho em seus ouvidos - sempre o mesmo sussurro:

"Eu me chamo Generoso
Morador de Pirapó
Gosto muito de dançar
Co'as moças, de paletó."

Em guarani, "angoera" significa espectro, alma penada que não foi para o outro mundo e assusta e assombra os viajantes. No entanto, o fantasma de Generoso não assusta ninguém, faz apenas brincadeiras bobas de quando em vez. 

Esta lenda faz parte do folclore gaúcho, reescrita por Denise Baptista. Aquarela de Marco Baptista. Esta série de posts é uma parceria entre os blogs Pensando a Educação e Marco Baptista Multimídias

Especial Semana Farroupilha - Lendas Gaúchas - Casa de M'Bororé

Prosseguindo com os posts sobre as lendas gaúchas em parceria com o Marco Baptista, hoje temos mais uma lenda aqui da região das Missões: A casa de M'Bororé.


A casa de M'Bororé

Na época dos Sete Povos das Missões, muitos índios viviam por ali, pacificamente, dividindo seus dias com os padres jesuítas. Entre estes índios havia um, já de idade avançada, e especialmente fiel aos jesuítas: M'Bororé. Ele atendia a qualquer pedido doa padres, por confiar demasiado neles. 

Infelizmente, a paz das reduções foi destruída pela chegada violenta dos portugueses e espanhóis, que espalharam morte e terror por todo o território dos Sete Povos. No meio dessa guerra descabida, os padres precisaram fugir, carregando em carretas os poucos bens que conseguiram. O que não coube nas carretas (ouro, prata, jóias, etc), ajuntaram num grande amontoado, e ao redor destes tesouros construíram uma casa branca, sem portas ou janelas. O velho M'Bororé, fiel como de costume, foi encarregado de guardar a casa, para evitar que os invasores saqueassem os preciosos tesouros dos padres jesuítas. Recebera ordens de que só deveria entregar tais tesouros aos padres, quando estes retornassem às Missões. E lá M'Bororé permaneceu, sempre à postos. 

Acontece que os jesuítas jamais voltaram. E o velho M'Bororé acabou morrendo lá mesmo. O mato foi tomando conta de tudo, as construções ruindo e desabando, destruindo-se pelo passar impiedoso do tempo. 

Mas reza a lenda que a casa de M'Bororé continua lá, branca como a neve, em perfeito estado, e protegida pela alma do índio fiel, que aguarda o retorno dos padres até hoje. Diz-se que às vezes algum homem de passagem por aquelas bandas dá de cara com a casinha, assim de repente. E então, sabendo da lenda, se dá conta dos tesouros ali contidos. E, como costuma-se fazer, marca o caminho para que possa retornar com reforços para destruir a casinha branca e buscar todo o tesouro. Pode guardar o lugar das árvores, a posição do sol, tudo. Mas quando retorna, não encontra nada.É M'Bororé cumprindo sua sina. 


Esta lenda faz parte do folclore gaúcho, reescrita por Denise Baptista. Aquarela de Marco Baptista. Esta série de posts é uma parceria entre os blogs Pensando a Educação e Marco Baptista Multimídias

Especial Semana Farroupilha - Lendas Gaúchas - M'boi Guaçu


Queridos, esta semana preparamos uma coisa muito bacana para vocês. Meu marido, artista plástico formado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, aceitou meu desafio de produzir uma aquarela por dia, tendo como tema as lendas do Rio Grande do Sul. Eu reescrevo a lenda, e ele produz a imagem, que servirá de ilustração para cada uma delas, que serão publicadas aqui. 

Hoje começaremos com a lenda da M'boi Guaçu.

M'boi Guaçu

A M’Boi Guaçu era uma enorme cobra que vivia nos matos ao redor de São Miguel, no Rio Grande do Sul. Por lá ela habitava,e se alimentava de animais e, quiçá, de algum índio desavisado.

Quando houve a grande Guerra Guaranítica, os jesuítas tiveram que abandonar as reduções, isto lá por 1802. Desse abandono, restou um grande número de mulheres e crianças que foram se abrigar na Igreja. Lá elas ficavam, amedrontadas pela possibilidade do retorno de soldados que poderiam matá-las. 

O tempo foi passando, e o mato começou a subir pelas paredes da Igreja. A cobra então, subiu, decidida a se abrigar na torre da Igreja. Com o passar do tempo a cobra sentiu fome, e decidiu sair para caçar. Mas, na descida, enroscou-se nas cordas do sino que começou a badalar, causando grande barulho.

A cobra se debatia, e o sino repicava. Isso ocorreu por horas e horas, dias e dias, e a cobra não parava nunca de se debater, mesmo faminta. As mulheres não aguentavam mais o bater do sino, sentiam-se à beira da loucura. Então, numa noite, uma mulher enlouquecida pelo barulho, pegou seu filho e foi subindo as escadas até entregá-lo à cobra. A cobra fartou-se do pequeno, e o barulho cessou por dois dias. A cobra estava satisfeita, de barriga cheia, e deixou as mulheres e crianças em paz por algum tempo.

Então, novamente sentiu fome e começou a tentar soltar-se, reiniciando o repicar enlouquecedor do sino. Após alguns dias, outra mulher já enlouquecendo, entregou-lhe seu filho para que comesse e parasse o barulho. Entao a cobra descobriu uma nova maneira de se manter alimentada. À medida em que ela sentia fome, se debatia, e o sino voltava a badalar e, assim, para acalmar a cobra, as mães entregavam seus filhos. De tanto comer carne tenra a cobra foi inchando, inchando até que estourou de tão gorda. Sua graxa, muito preta, inundou toda a torre, veio caindo e nos degraus se grudou. E diz-se que até hoje a parte interna da torre é enegrecida pela graxa da M'boi Guaçu.

Esta lenda faz parte do folclore gaúcho, reescrita por Denise Baptista. Aquarela de Marco Baptista. Esta série de posts é uma parceria entre os blogs Pensando a Educação e Marco Baptista Multimídias

Materiais para a Semana Farroupilha - Download


Eu pretendia fazer mais uma série de posts com materiais durante a semana inteira. Mas a semana foi conturbada escola, final de trimestre e tudo o mais e, quando me dei por conta, a Semana Farroupilha já estava ali na esquina espiando para mim! Então, decidi compartilhar todo o material que separei em um único post para quem quiser. Dessa forma dá tempo de olhar com calma, selecionar com cuidado tudo e fazer o planejamento a tempo de aplicar as atividades. Vamos lá então!

  • Para fazer o download de 29 atividades variadas para a Semana Farroupilha (uma a uma ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/JtSH5p ;
  • Para fazer o download de 12 desenhos variados para colorir alusivos à Cultura Gaúcha (uma a uma ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/Tqe4kZ ;
  • Para fazer o download de 18 imagens variadas alusivas à Semana Farroupilha (uma a uma ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/ukRINW ;
  • Para fazer o download do Livreto A Lenda de São Sepé (página por página ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/fDDm8i
  • Para fazer o download do Livreto Cha Cha Che (página por página ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/bP2sJt;
  • Para fazer o download do Livreto O negrinho do pastoreio (página por página ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/D5xIcV;
  • Para fazer o download do Livreto O caso do CTG assombrado (página por página ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/JbRftf
  • Para fazer o download do Livreto O churrasco (página por página ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/s7JeAd;
  • Para fazer o download do Hino Riograndense clique no link a seguir e será redirecionado ao 4Shared http://goo.gl/S6wDME ;
  • Para fazer o download dos símbolos gaúchos (um a um ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/TncixQ;
  • Para fazer o download de 40 textos diversos alusivos à Semana Farroupilha (um a um ou o arquivo zipado para baixar todas de uma vez só), clique no link a seguir e será redirecionado à pasta do 4Shared - http://goo.gl/XntAeL;


Enfim, é isso! Espero que possam aproveitar bastante as sugestões de atividades!

Abraço!

A importância do registro no Serviço de Orientação Educacional


A Orientação Educacional é um dos setores mais importantes de uma instituição de ensino. Na maioria das escolas é o setor mais requisitado, e eu diria que o mais injustiçado também. Explico. Quantos já ouviram (ou falaram) alguém dizer que a "Orientação não faz nada"? Que é um setor onde não se tem o que fazer? Eu já ouvi muitas vezes esse discurso e já pensei assim também. Até, há 6 anos atrás, ser convidada a ser Orientadora Educacional. Meus amigos, vou dizer uma coisa pra vocês: não é fácil. 

A grande questão é que o trabalho de um orientador educacional não se mensura facilmente. Trabalhamos com comportamentos, principalmente, e estes apresentam resultados sensíveis e lentos. No entanto, a educação carece de resultados rápidos. E no meio dessa "guerrilha", muitas vezes sobra para o orientador arcar com as culpas por diversos problemas. 

O maior problema da orientação educacional é que ela é vista como a patrulha policial da escola. Ou como o corpo de bombeiros, sempre pronto a apagar algum incêndio. No entanto, esse não é o papel fundamental e ideal deste setor. Falarei sobre o real papel do orientador educacional na escola em posts futuros. 

Então, os registros escritos são necessários para que, quando houverem questionamentos a respeito das atividades realizadas, haja uma espécie de relatório destas sempre à mão. No meu primeiro ano como orientadora educacional, eu sofri muito pela desorganização. Trabalhava pra caramba, e quando era questionada sobre o que eu fazia (como eu disse, no meio de um prolema, o orientador geralmente é visto como aquele que não faz nada), não tinha registros consistentes sobre o meu trabalho. Então, corria fazer um relatório. Mas o ideal é tê-lo sempre à mão. 

Eu sou a louca dos relatórios. Me daria muito bem trabalhando em algum escritório (acho), rs. Portanto, tenho diversos tipos de relatório, e ainda pretendo implementar mais alguns com o tempo. Aos poucos irei disponibilizando estes relatórios para download, para que sirvam como modelo. Mas o principal relatório que tenho é um caderno. Comum, de 96 folhas (mas para o próximo ano já planejo comprar um maior, eles sempre acabam bem antes do final do ano letivo), resistente, folhas simples. Nele registro absolutamente tudo o que acontece durante o meu período de trabalho. Reuniões, documentos expedidos, pedidos feitos, favores atendidos, telefonemas dados, conversas com alunos, impressões pessoais sobre situações diversas, conselhos de classe, listas de alunos, enfim, tenho tudo neste caderno. Sem muitas firulas, simples mesmo. Nele também fixo todos os bilhetes assinados que retornam, bilhetes enviados por pais, professores, alunos, atestados médicos (até irem para a pasta do aluno), mensagens. Também registro quando digito ofícios, banco de horas, e atividades extra realizadas. Ao final do ano o pobre caderno costuma estar dez vezes mais grosso que no início, mas está recheado de informações valiosas que podem ser muito úteis, inclusive no caso de necessidade em juízo, processos, etc.

Anotar tudo já se tornou uma marca registrada minha, tanto que muitas vezes alguém me pede algo sobre uma reunião "x", pois sabe que tenho no caderno. Já me livrei de algumas enrascadas, como esquecimento de algum fato, ou mesmo alguma solicitação de última hora. 

Os registros, portanto, são uma maneira de mensurar de alguma forma tudo o que é feito na orientação educacional. Quando você for questionado, basta apresentá-lo. Mas, veja bem: estes são registros pessoais seus, e impressões pessoais, que não devem ser lidos por toda e qualquer pessoa. É preciso que você o tenha guardado bem o suficiente para ter controle sobre quem tem acesso a ele, e segurança para escrever nele tudo o que for necessário, mas sempre pensando que pode haver necessidade de apresentar estas impressões a alguém. Portanto, parcimônia sempre. 

Aconselho o uso desse tipo de anotação, para facilitar o controle do que se é feito, e também para melhor organização do profissional. Toda ajuda é bem vinda. E o trabalho é árduo, vale a pena tê-lo registrado.

E você, faz registros constantemente? De que maneira? Compartilhe conosco!

Abraço!

Especial Semana da Pátria - Poesia


Na escola em que trabalho, todos os dias estamos fazendo apresentações das turmas, no momento do hasteamento da bandeira e no momento do arriamento também. Tenho uma turminha de 4º ano à tarde, e decidi apresentar uma poesia. São 17 alunos, por isso há uma estrofe para cada um, uma vez que na idade em que estão eles não gostam de ser deixados de fora. Eu mesma fiz a poesia, é um texto simples, com rimas simples também, para que eles possam decorar facilmente. Segue a mesma abaixo, espero que possam aproveitar!

Eu sou o Brasil

Há muito tempo atrás
um homem muito corajoso
decidiu dar ao Brasil
o seu bem mais precioso.
Não foi sozinho que ele,
buscando por igualdade,
travou uma grande luta
pela nossa liberdade.
Muitos homens e mulheres
sem medo, muito valentes,
fizeram todo o possível
pra libertar toda a gente.
Nessa Semana da Pátria
não podemos esquecer
de todos os nossos heróis
que fizeram o país crescer.
Foi Dom Pedro, no Ipiranga
que às margens alto bradou
“Independência ou Morte!”
e nosso país libertou.
A liberdade não veio
neste sete de setembro
mas veio com  muita luta
de janeiro a novembro.
Tantos homens e mulheres
lutaram pelo ideal
de um país mais amigo
sem injustiça social.
Sabemos que mesmo hoje
o país não é perfeito
mas podemos melhorá-lo
com esse amor que bate no peito.
Por isso queridos colegas
vamos parar pra pensar
no que podemos fazer
pra nossa Pátria ajudar.
Estudar com muito empenho,
meus amigos ajudar,
ser cortês e obediente
para o meu país orgulhar.
Parecem coisas tão simples
mas fazem a diferença,
pois sei que para o Brasil
Eu sou a maior esperança 
Eu amo o meu país,
esta terra em que habito,
repleta de natureza
e de um povo tão bonito!
Sei que ainda sou pequeno
mas mesmo assim posso ajudar
aprendendo meus deveres
e direitos abraçar.
Quando sou bom cidadão
eu orgulho meu país,
sendo justo e honesto
faço meu povo feliz.
Cuidar da nossa natureza
também é uma forma de ajudar,
o Brasil tem tantas belezas
das quais precisamos cuidar.
Não jogar lixo nas ruas
nossas águas não sujar
proteger os animaizinhos
e as matas preservar.
Brasil, meu país amado
gosto de você inteiro
 e digo com muito orgulho
que amo ser brasileiro!

Denise Baptista 



Abraço!

Especial Semana da Pátria - Coleção Você Sabia? Independência do Brasil


Hoje venho disponibilizar a Coleção "Você Sabia?", com o tema Independência do Brasil. Há uma infinidade de possibilidades de uso dela. Além da história principal, traz passatempos diversos e imagens coloridas. Pode ser impressa em sua totalidade para cada aluno, ou apenas as partes que o professor assim desejar. 

Subi as imagens para o 4Shared, e elas podem ser baixadas uma a uma, ou o arquivo compactado que contém todas!

CLIQUE AQUI E FAÇA O DOWNLOAD DA COLEÇÃO

Abraço!

Especial Semana da Pátria - 40 imagens para apoio pedagógico


Ainda no clima da Semana da Pátria, disponibilizo diversas imagens que podem servir de apoio pedagógico em sala de aula. O que se pode fazer com elas:
  • Murais;
  • Cartazes;
  • Releituras;
  • Base para redações;
  • Análise artística;
  • Colorir;
  • Etc.
Usando a criatividade elas podem servir para uma grande variedade de fins. Subi as imagens, como de costume, para uma pasta no 4Shared, e vocês podem baixar apenas as que desejarem, ou baixar o arquivo compactado, que contém todas. 

CLIQUE AQUI E FAÇA O DOWNLOAD DAS ATIVIDADES

Abraço!

Especial Semana da Pátria - 30 charges para discutir em sala de aula


Hoje trago mais materiais para apoio pedagógico à sala de aula. O tema continua sendo a Independência do Brasil. Selecionei 30 charges que podem permear o trabalho pedagógico, levantando discussões diversas sobre o tema. As charges podem ser usadas desde as turmas dos menores até o Ensino Médio. 

Como de costume, upei os arquivos para o 4Shared, e vocês podem selecionar os que desejar baixar, ou baixar o arquivo zipado com todas as charges reunidas, de uma vez só. 

CLIQUE AQUI E FAÇA O DOWNLOAD DOS ARQUIVOS

Abraço!

Especial Semana da Pátria - 30 Atividades sobre a Independência do Brasil


Seguindo com a programação especial do blog sobre a Semana da Pátria (com um pequeno hiatus graças à correria de final de trimestre, rs), trago hoje mais 30 atividades diversas sobre o Dia da Independência do Brasil. Todas são fruto de pesquisas no Google Imagens. Há atividades para os pequenos, textos para os maiores, o Hino da Independência, e inclusive um texto muito bacana que traz uma reflexão sobre o significado da palavra liberdade. Abaixo, a primeira parte dele para uma prévia. Achei muito bacana. 


Como de costume, disponibilizei os arquivos para download em uma pasta do 4Shared. Você pode baixar apenas os que preferir, ou baixar o arquivo zipado com todas as atividades de uma vez só.

CLIQUE AQUI PARA FAZER O DOWNLOAD DAS ATIVIDADES

Beijão!
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